Por: Luciane Botto
Resiliência é um termo que vem da física, e que significa a capacidade que os materiais têm de retornar ao seu estado original depois de serem submetidos à pressão ou deformação. No âmbito pessoal, resiliência representa a capacidade que as pessoas têm de superar adversidades, e de gerar aprendizados com essas situações.
Resiliência diz respeito a enfrentar algo que nos provoca dolorosamente a sair da zona de conforto. Algo capaz de acionar emoções como medo, tristeza ou raiva. Algo que pode acontecer fora de nós e além do nosso controle, capaz de provocar ansiedade e medo.
Medos, temos tantos. Medo de morrer, de falar em público, de não ser aceito, de ser julgado, de perder o emprego, de não ter dinheiro, de perder quem amamos. Crises? Financeiras, conjugais, existenciais, mundiais. Nas palavras de Brene Brown, "vivemos num mundo vulnerável". Isso é o real.
"Nesse universo de incertezas, diante das piores crises, somos desafiados a gerir as emoções, a ter coragem suficiente para mudar crenças, comportamentos a dar valor ao que tem importância e ampliar possibilidades."
Diante do caos, nunca nos pareceu tão clara a importância de pedir ajuda, de oferecer ajuda, de agir com humildade, solidariedade e humanidade. Pouco a pouco, nos damos conta que todos temos algo a oferecer ao próximo, por mais simples que possa parecer, de coração. Sem garantia de uma troca imediata. É o que estamos vendo em tempo real nas empresas, nos condomínios, nas comunidades e nas redes sociais. Quando isso seria possível?
Acender a chama da nossa própria essência nos aproxima do nosso propósito. Nos faz parar para perceber a importância dos nossos talentos, das nossas experiências, do imenso significado e satisfação que uma atividade traz para nós, e também para o outro. O senso de utilidade e a gratidão nos faz sentir protagonistas deste mundo em transformação.
O momento nos mostra que cada um tem o poder de fazer uma imensa diferença na vida de pessoas. Que esse planeta só tem sentido por causa das pessoas. As nossas empresas também. "O mundo se tornou digital, mas não somos robôs".
Somos pessoas. Interdependentes. Agora, confinados, sem aquela rotina automática. Chegou a hora de silenciar. Agora podemos nos ver no espelho, parar para nos ouvir verdadeiramente. Passar mais tempo com quem vive com a gente. Tomar um café.
Silenciar não significa parar, mas despertar para a consciência necessária para uma nova etapa que está por vir. O que parece um simples ou entediante silêncio, abrirá portas para a sabedoria. Muitas, muitas perguntas virão. Mas com elas, novas perspectivas. Descobertas. Horizontes. Quando isso acontecer, tudo fará sentido. Porque o mundo será outro.
E para viver neste novo mundo, liderar as pessoas que estarão diferentes depois desse desafio, será preciso ser uma nova pessoa. Um novo líder. Um novo homem. Uma nova mulher. Inspirar pelo exemplo:
"Por isso, aproveite o momento para reconhecer e enfrentar seus demônios, suas sombras, o seu ego, ou como quiser chamar. Aprenda a perceber o valor do tempo, a necessidade de um abraço, de uma amizade, de uma palavra, e também do respeito."
Negócios não sobrevivem sem pessoas. Cuidem delas. Mostrem a elas que podem ser ainda melhores. Desafie-as. Reconheça os seus talentos. Interesse-se por elas, verdadeiramente. Mas acima de tudo, SEJA.
Eu já vinha dizendo isso há algum tempo no livro, nas minhas aulas e palestras. Agora estamos passando com todos por uma experiência real. Não somos donos do mundo, mas podemos transformar esse mundo.
Comments